terça-feira, dezembro 27, 2011

O primeiro Natal

Aquela mocinha realmente deve ser admirada por todos nós. Porém ela partiu para a glória. E não mais está no nosso meio.

Esta história começou há quase dois mil anos atrás.
Maria acorda entusiasmada. Um dia diferente. Ela não desligou o despertador. Mas colocou a água para ferver, o banho sempre foi melhor em alta temperatura. E naquela época não existia as comodidades que a engenharia elétrica nos traz. Durante o banho algumas músicas e o planejamento para o dia.
Ás sete horas na Galiléia, Maria faz um pão sem fermento. Seus pais se sentam à mesa. E juntos agradecem a Deus pelo alimento. A casa estava precisando de seus ajustes femininos e as roupas sujas estavam quase se movendo sozinhas. Ela teria que passar o dia lavando-as. Porém aqueles planos eram comuns, e ela mal sabia o que viria pela frente.
Ao jogar a água pela casa, Maria vê um feixe de luz. O Sol não estava tão radiante naquele dia. O que seria? O seu olhar estampava o espanto. Ela então pensou: Seria um anjo? E realmente era.
"O anjo veio e disse:- —Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer.Então o anjo continuou: —Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você.Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus.Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi.Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.Então Maria disse para o anjo: -—Isso não é possível, pois eu sou virgem!O anjo respondeu: —O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus.Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez.Porque para Deus nada é impossível.Maria respondeu:- —Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer! E o anjo foi embora."
O coração de Maria estava espantado porém feliz. O Deus Altíssimo cumpriria a Sua obra para que o Seu Filho viesse ao mundo para salvar a humanidade. Porém como formular esta notícia ao seu noivo? "Amor, ainda sou virgem. Mas estou grávida. E você terá que me ajudar a cuidar deste bebê que é o Filho de Deus. Ele morrerá por nós e por toda a humanidade."
E como superar os comentários de vizinhos e amigos daquela época? Chamariam a de louca ou de mentirosa. Situação conflituosa. José não queria acreditar nesta notícia. E com toda razão, claro! E foi necessário Deus revelar em seu coração esta boa notícia.
Tempos depois Maria recebe em seus braços Jesus Cristo, o Meu Redentor. Não consigo imaginar esta cena afinco. É notório minha limitação. Imigine como deve ser criar e cuidar de um bebê que futuramente irá morrer para salvar os pecados da sua própria mãe?
Maria e José tiveram muita sabedoria ao permitirem que os planos de Deus se cumprissem em suas vidas. Tenhamos corações dispostos. O Senhor estabeleceu para cada um planos para que a Salvação aconteça. Aceite.

* Lucas 1:28-37

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Seis anos

O céu estava nublado, o vento batia em grande intensidade naquela janela velha de madeira. Decidi trocar minhas roupas. Fui até o quarto e peguei um agasalho, a qual ganhei de presente de aniversário e nunca usara. Meus pensamentos pairavam. Á vista para o mar realmente era o sonho de qualquer um. Morava naquela casa de praia há exatamente vinte dias. As perspectivas eram animadoras se isso não fizesse parte de uma fuga. Um carro do ano, uma casa invejável com direitos a ofurô, champagne, sol e lingeries.
Decidi que seria advogada aos seis anos de idade. Cresci com esta ideia depois de ver um documentário sobre Ovid Butler, o primeiro defensor da abolição da escravatura em 1855. Senti que poderia me enquadrar no índice de escravos e manipulados que precisavam de uma carta de alforria. Queria libertar meus sonhos, minha infância e minha inocência. Sabia que um curso de Direito não resgataria tudo que perdi. Mas poderia servir de consolo para os futuros casos, parecidos com o meu.
Chovia muito, assim como o dia de hoje. Deve ser por este motivo que odeio dias nublados. As cortinas batiam no meu rosto. E eu estava sentada no chão. Com três bonecas de pano, um caderno com aspiral e várias cores de canetas esferográficas. Meu vestidinho azul claro com borboletas rosas, não me deixa esquecer as cores da minha decepção. Seria mais um dia de doces ilusões. Minha mãe foi trabalhar e neste dia não pode me levar para a casa da tia Ritinha, uma amiga da mamãe. Sendo assim me deixou na casa da vovó. Ela sempre me levava a feira mas não sei o motivo deste dia não querer me levar. Vovô estava em casa. E o quarto de visitas era o mais divertido, ficava no antigo sótão. As cortinas eram coloridas. E minhas canetinhas já estavam sem tampinhas. Vovô entrou, me perguntou se eu queria ouvir algumas historinhas. E então me pediu para sentar em seu colo. Ele nunca tinha aberto margem para desconfianças. Me sentei. E então em cada passo do bichinho Pleir, ele passava as suas mãos enrrugadas em meu corpo. Senti algo diferente, vovô estava muito estranho. Seus olhos ficaram vermelhos. E por um momento pensei que ele era o Lobo Mau. Seus braços eram mais fortes do que os meus, que tinham apenas seis anos. A cada tentativa de saída ele me agarrava com maior intensidade. Naquele instante ele fugiu com toda a minha esperança de criança. Mamãe sempre confiou muito nas pessoas.E até os nove anos nunca tinha me dito nada em relação a Pedofilia. Não sei se o pecado é medido em balanças. Mas sempre tive este sentimento de fazer justiça com as minhas próprias mãos. Mãos sujas com do meu próprio sangue. As ameaças vieram. Qualquer horário tinha um passeio a qual o vovô queria me levar. Sempre minhas lágrimas desciam como um não para a mamãe. Mas ela nunca entendia o meu sinal, o meu aviso. No fundo eu pensava que ela queria se livrar de mim. Não existia coragem para gritar ou contar para alguém. Sempre acreditei que poderia perder minha mãezinha. E ela era tudo o que eu tinha. Meus olhos sempre tristes, minhas notas sempre baixas. Os comentários da professora era a lamentação da minha mãe. Foi nesta época que fiz o meu primeiro exame nos olhos. E para a surpresa da minha mãe meus olhos estavam em perfeitas condições. Mamãe não desconfiava de nenhum passeio com o vovô.
Passei a ter medo de avôs e de pais, a qual não conhecia qual era o meu. Após dois anos não queria sair a passeios.
Após sete anos, a primeira decepção da minha mãe: sua filha estava grávida. E para aa minha tristeza perdi o meu bebê. Pensava que ele poderia me ajudar a esquecer dos meus crueis pensamentos. Mas seria angustiante ver parte do meu avô para sempre na minha vida. Decidi não mais lamentar do meu azar.
E com a morte do meu avô decidi me erguer, em meio a todos os destroços da minh'alma. E foi no mesmo clima de luto, que anunciei para a minha mãe o meu fracasso. E então resolvi fugir para fora daquele mundo.
Minha mãe resolveu investir nos meus estudos em um internato em São Paulo. Terminei o meu curso de Direito e passei em um concurso. Comecei a trabalhar como voluntária em um espaço onde mulheres haviam sido molestadas sexualmente. Me casei com um juíz. Mas para querer um homem, realmente ele teve que me ensinar a amá-lo. O meu passado ainda não foi esquecido. Porém, aprendi que Deus nos restaura com a Sua misericódia. Aprendi a perdoar em troca da minha felicidade. E exatamente hoje, minha filha completa seis anos. E nunca mais tive a coragem de voltar no lugar onde passei minha infância. Muito menos naquele sótão escuro, que eu brincava aos meus seis anos.

segunda-feira, outubro 31, 2011

Gosto de poder manter o silêncio junto de alguém. É mesmo a condição de uma amizade para mim. Um amigo é aquele com o qual se pode compartilhar o silêncio (….) como se partilha a palavra.”
— (Clarice Lispector)

terça-feira, outubro 11, 2011

Aquela perninha curtinha...




"Jamais diga uma mentira que não possa provar."
Millôr Fernandes

terça-feira, setembro 27, 2011

Entre poucos

Depois de tudo aquilo que vi naquela tarde, tomei a iniciativa de continuar no mesmo caminho. Foi notório que servimos às vezes, muitas vezes ou mais sensato: constantemente, para privilegiarmos pessoas. Posso até defender sem perceber o Senso Comum, mas os conceitos que crio são realmente sem nenhuma prova científica. Uso minhas hipóteses. E isso é bastante ignorante!
Podia ter aprendido tudo que sei sem ter passado por nenhuma situação - isso é sabedoria. Mas infelizmente há alguns anos atrás não reparei nos conselhos dos mais velhos e escolhi a alternativa “viver em cada situação”.
Quando esse jogo começou não parei enquanto não tirei conclusões. Foi preciso um espelho, algumas fotografias e alguns escritos do tipo “...combati o bom combate!”.
E os meus devaneios me deixam perdida. Onde estava mesmo? Lembrei, naquela tarde! Encontrei algumas pessoas que sorriram em um belo sorriso forçado. Aquele de cantinho. Aquele que nos deixam obrigados por motivos da educação que os nossos pais nos ensinaram.
Ali eu vi em nítidos olhares, que eu já não representava mais nada para aquela senhora e para aquele senhor. Afinal, que alegria eu poderia oferecer-lhes?
Eu entendo que os caros leitores não entenderam meu texto, isso tudo não é revolta contra o mundo.
De tudo que vi, aprendi apenas as seguintes palavras: Somos simpáticos até superarmos expectativas. Quando não mais, podemos ser substituídos. Facilmente e ponto. Esse é clichê até do Sr. Capitalismo. E uma das minhas conclusões é que as atitudes pessoais responsáveis são fundamentais para um bom jogo. E por mais que não agrade todos, a felicidade não se incomoda em estar com poucos.

terça-feira, maio 24, 2011

Ele não se alterou

Aquele velhinho aos seus oitenta anos não deixou de ser simpático. Acredito que ele teria essa idade. E para variar continuo observando os olhares e vivências das pessoas que dividem o mesmo espaço que eu. Esse é o poder das crônicas. O poder de observar sem interferir ou aconselhar em algum fato.
Sete horas da manhã, aos gritos da minha cama. Embarco em mais um ônibus lotado. Fazia tempo que eu não me preocupava com as palavras de terceiros em relação a meu caráter. Acredito em poucos amigos e isso tem me bastado na conquista de novos.
Cabelos brancos, rugas acentuadas e olhos convincentes. O idoso se recusou a sentar. O julguei de sistemático. E meio insegura caso ele caísse em alguma parada. Já que o motorista estava em alta velocidade. Continuando o trajeto ele se mostrou até mais firme do que eu, que estava sentada. Eu pensava que naquela crônica não iria interferir na história. Disfarçava ao olhar mais detalhes daquele contexto. Mas tive um pingo de participação. Ao sair, pisei em um dos seus pés, sem intenção. Posteriormente, pedi perdão. E a surpresa da sua reação foi impagável. Ele sorriu. Foi tranquilo, espontâneo e sereno.
Aquele sorriso fez diferença para o meu dia. Aparentemente não havia motivos para gentilezas. Aliás, não se deve existir motivos para ser educado. Me lembrei da doçura de Jesus. Aqueles conceitos errados que tenho quando estou impaciente. As convivências com pessoas que nos trazem ao exercício contínuo de domínio próprio.

domingo, abril 24, 2011

"E por Suas chagas, fomos sarados!"


(Créditos: Autor não identificado)

Tem data comemorativa com significado mais lindo do que a Páscoa? Jesus Cristo morreu por nós.. seres humanos incapazes de saber o que é o amor. Se derramou em uma cruz e nos escolheu!Aliás, seria absolutamente ao contrário. Nos escolheu e se derramou em uma cruz. Nos mostrando que quem ama verdadeiramente não só diz "Eu te amo", mas prova, com toda o seu corpo e alma. Nos resgatou e nos deu a esperança da vida eterna!
Meu redentor, Jesus Cristo!

Feliz Páscoa e que esse amor nasça em nossos corações todos os dias até a volta gloriosa do Senhor Jesus Cristo!